Associação criminosa; tráfico agravado de estupefacientes; furto; acusação | Ministério Público na Comarca do Porto

Associação criminosa; Tráfico de Estupefacientes; cultivo de cannabis em armazém de Vila do Conde; acusação | Ministério Público no Diap do Porto (1ª secção)

Por despacho de 24.01.2022, o Ministério Público do Diap do Porto (1ª secção), acusou três arguidos pela prática dos crimes de tráfico de estupefacientes agravado, adesão a associação criminosa e furto qualificado, e requereu a aplicação da pena acessória de expulsão.
Segundo a acusação, os três arguidos, de nacionalidade chinesa, em data anterior ao ano de 2021 e até 27 de julho desse ano, num armazém arrendado e preparado para o efeito, e onde também passaram a residir, situado em Gião, Vila do Conde, dedicaram-se ao cultivo, doseamento e acondicionamento para posterior distribuição e venda no continente europeu, de folhas e sumidades de cannabis.
Para tanto, em estufas com vários compartimentos e dotadas de sistemas monitorizados de ventilação, iluminação, controlo de temperatura, rega e videovigilância, os arguidos cultivaram plantas em diversos estados de maturação para que a produção ocorresse sem quebras.
Estes arguidos atuaram conjuntamente com outros indivíduos, aderindo a uma organização internacional dedicada ao tráfico de estupefacientes, executando em território nacional as tarefas que lhes foram determinadas por essa organização.
Mais se diz na acusação que os arguidos fizeram uma ligação ilegal, vulgo “puxada”, a partir do Posto de Transformação situado no terreno do armazém, fazendo com que toda a estrutura elétrica edificada dentro do armazém recebesse eletricidade sem que a mesma fosse medida e, assim, contabilizada e faturada, causando à E-REDES um prejuízo superior a 20 400,00€.
Nesse armazém, a 27.07.2021, data em que a atividade foi desmantelada, os arguidos tinham produto estupefaciente – cannabis (folhas e sumidades) - com o peso líquido total de 336 751,23 gramas, suficiente para 302 505 doses, com um valor de mercado entre 2 450 000,00€ e os 4 041 014,70€.
Mais foi encontrado no interior do armazém inúmeros componentes e equipamentos destinados à produção de cannábis, com o valor total de 129 317,96€.
Os arguidos encontram-se sujeitos a prisão preventiva.